Ser Flamengo é ter alma de herói

"Há de chegar talvez o dia em que o Flamengo não precisará de jogadores, nem de técnico, nem de nada. Bastará a camisa, aberta no arco. E, diante do furor impotente do adversário, a camisa rubro-negra será uma bastilha inexpugnável."

Causos – Bora Rir pra num espantar a depressão.

Causos – Bora Rir pra num espantar a depressão.

                  Causos – Bora Rir pra num espantar a depressão.

Nem pensa que é fácil essa minha vida de “viajante”. Num é. Pulo que nem pipoca pra pagar..

Pago minhas viagens, cês sabem. A chance é ZERO ao quadrado do Flamengo ou CBF terem me dado algum mole. ZERO. Tão todos vivos. Só pregruntar.

Mas me viro, ó... Como me viro. Economia de centavos. Chego no local e fixo o custo diário. Normalmente 10 dólares (ou 15 euros) pra comida, fora o “otel” claro.

Vou ao supermercado, compro pão, biscoito, frutas que é café e jantar. O armoço dentro do valor arriba.

Uma coisa que fazia sempre, principalmente na Europa, era NÃO PAGAR TRANSPORTE PÚBLICO. Num pagava. Me negava. Era “convidado” porra, pra quê pagar? ( Meu amigo Renato Mauricio Prado acho que fez uma matéria sobre isso).

Que fazia: chegava em Paris (por exemplo), comprava um ticket do metro e pulava a roleta. Se fosse pego a porra tava na mão. Oia, era um inferno. Tensão máxima. Num podia bobear. Via um fiscal trocava de vagão ou de VLT. Puta que pariu...

Pois bem, Copa do Mundo na França: Eu, Munir e Helio Moraes.

Brasil foi jogar em Nantes. Fomos pra Gari e compramos o bilhete de ida. Só ida.

- Galera, seguinte: a idéia é fugir dos fiscais. Num pode de jeito nenhum ser pego ok. Lá em Nantes a gente pede reembolso (com ágio de 10%) e compra a volta ta.

Meus companheiros também macacos velhos toparam. Cês já viram falar do diabo fugindo do Arcanjo? Foi igualzinho. Teve um momento que ficamos mais de uma hora no vagão de fumantes... Tudo brancoooooooooo. Nicotina pura. Saímos fedendo...

Conseguimos, mas minha galera num topou fazer de novo. Fikei na merda.

E a galera foi pega no trem de Paris pra Ozoir-La-Ferrie, onde o Brasil tava concentrado. (Como se fosse Petrópolis).

 Umas 80 cabeças. Como sempre, comprei meu bilhete. Ninguém fez o mermo.

- Ih. Negão, tudo nosso. Tu acha que alguém vai cobrar da gente?

Primeiro dia, beleza, segundo também, décimo ok. Décimo quinto... Uns 20 fiscais. Trem cheião de brasileiros. Eu com um bilhete de 15 dias atrás. Geral zerado.

Tremenda multa. Se não me engano 500 francos. Só levei esporro.

Acabou minha vida de caloteiro por aí.

Valeu

Moraes

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